terça-feira, 21 de maio de 2013


   Tipos de danças  em Cabo   Verde e S.Tomé são :
 
 

A música e a dança em Cabo Verde


Os bailes em Cabo Verde tinham e têm uma função fundamental na organização de toda a comunidade: à volta de momentos de convívios e confartenização-"quando dançamos ficamos e felizes"- dizia um velho conhecido. Os bailes eram animados por grupos acústicos com violino, violão, cavaquinho, bandolim ou banjo, que mantinham uma relação estreita com o lançador que com os seus passos e momentos de improvisação influenciava e acompanhava o músico solista sua maneira de tocar e este, por sua vez, a ele. É de realçar que algumas danças caboverdianas acabaram por cair em desuso, perdurando somente o gênero musical correspondente, como é o caso do Landum. As danças de pares (Coladera, Morna, Funaná, Mazurca) " são danças em que o homem possui, como quase toda a cultura do mundo da dança, o cavalheiresco modo de dirigir os passos a seu gosto.
  • Morna: é o estilo mais lento da dança, traduzindo os sentimentos dos caboverdiano como, por exemplo, a tristeza, a nostalgia e os problemas existentes. Dança-se em dois estilos essenciais, que são estilos lentos, e estilos mais virtuosos, ou seja " talvez mais vivo e dinâmico" ao que se chama de " estrimbolca", à base de contratempos (talvez a origem da dança Coladera seria nesse andamento, estilo lento fazem as seguintes marcações: os passos são feitos em marcação quaternária (dois passos à frente, dois passos atrás).
  • Coladera: é um estilo mais vivo que a Morna, cadência quaternária, em que a relação do cavalheiro e da dama é relacionada ao arrastar de pés, com momentos de improvisação do cavalheiro que se afasta sob o olhar da dama .
  • Funaná: gênero de música e dança caboverdiana característico da Ilha de Santiago que, tradicionalmente, animava as festas dos camponeses. É a mais frenética e rápida das danças de pares de Cabo Verde, geralmente acompanhada de uma concertina, onde o ritmo é produzido pelo esfregar de uma faca numa barra de ferro.
  • Contradança e Mazurca: são danças de grupo importadas das cortes europeias que, geralmente, tinham na base estruturas coreografadas com mandadores, que acabaram por sofrer alterações ao chegarem ao terreiro. Na Mazurca de três tempos, alegre e sincopada, o papel dos pares está intimamente ligado à movimentação em grupo. São gêneros dançados, sobretudo nas ilhas Santo Antão, Boavista e São Nicolau.
  • Kola San Jon: jogo dos tambores e dos apitos no dias de São João, ligado ao ritual da fertilidade da terra no solstício de verão. Os pares batem-se cadencialmente entre si. Dança da Umbigada.
 

São-Tomé e Príncipe






 


 
  • Ússua: dança de salão, de grande elegância (uma espécie de mazurca africana), em que os pares são conduzidos por um mestre de cerimónias, ao ritmo lento do tambor, do pito daxi (flauta) e da corneta. Todos os dançarinos envergam trajes tradicionais: as mulheres de saia e quimono, xale ou pano de manta; os homens trazem chapéus de palhinha e usam no braço uma toalha bordada (que serve para limpar o suor do rosto).


  • Dexa: típica da ilha do Príncipe de raízes angolanas. Ao ritmo de um tambor e de uma corneta, diversos pares executam elegantes danças de roda. As letras são quase sempre humorísticas, ou mesmo de escárnio, e implicam uma réplica da parte do visado. A dexa é dançada durante horas inteiras, apenas com ligeiras modificações na sua toada musical.

 
Puita: é uma dança fortemente erótica, em que o tambor avança de forma frenética, obsessiva, sensual, pela noite dentro. Homens e mulheres formam filas indianas e, à mistura com alguns semi rodopios, fazem entrechocar os corpos de forma sexualmente explícita. Quando um parente deixa este mundo é da praxe executar-se, em dias de nozado, uma puita em sua homenagem. A falta de cumprimento a esse ritual pode ocasionar desventuras na família. Mas a puita é tocada em muitas outras ocasiões, sendo uma das formas de música mais populares em S. Tomé.

  • D´jambi: Parecido com a puita, mas encomendado com outros objetivos, o d'jambi é um ritual com poderes curativos, semelhante à macumba brasileira. Os curandeiros, ao dançarem, entram em transe, submetendo então o doente a práticas rituais onde são invocadas figuras sobrenaturais e estabelecidos contatos com espíritos de indivíduos falecidos. São também frequentes fenômenos de insensibilidade ao cansaço e à dor (dançada durante a noite inteira, caminhar sobre brasas, ferir o próprio corpo, etc.). As autoridades coloniais e religiosas tentaram sempre proibir os d'jambi devido às suas óbvias conotações com a feitiçaria e aos rituais animistas do continente africano.

  • Bligá (ou jogo do cacete): é um misto de dança e jogo lúdico, em que a destreza e o vigor físico do jogo do pau transmontano aliam-se a uma sofisticada corporalidade e gestualidade que fazem, por vezes, lembrar certas artes marciais orientais. O bligá (que significa brigar) foi certamente, uma das danças, que deu origem à capoeira. Esse estilo era usado pelos escravos, que o utilizavam como uma arte de autodefesa sem que as autoridades se apercebessem, os gestos são, a maior parte das vezes, mimados (transformando assim a ação em representação) em vez de serem executados explicitamente. 

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