domingo, 25 de agosto de 2013


 A música de Cabo Verde

A música descreve a realidade dos pensamentos de um determinado povo ou de uma nação, através da música pode-se saber um pouco sobre a cultura os hábitos as crenças populares, morais e as tradições de um povo. 
Musicalmente cada povo exprime-se de acordo com o seu gênero  a sua idiossincrasia, os seus momentos e circunstâncias. 
O povo cabo-verdiano não havia de construir excepção com influência da cultura desde a sua origem. O cabo-verdiano tem reconhecido o valor das músicas, pois esta foi certamente fiel companheira desde os tempos antigos, tendo desta forma a sua própria dialéctica como nova entidade no palco da história. 
O viver do povo cabo-verdiano é mostrado nas mornas cantadas, resultante do quotidiano. A música sempre teve peso para o povo cabo-verdiano, abarcando a totalidade da circunstância da vida, da fome a fartura, da partida ao regresso, da alegria e da tristeza, da dor a euforia, da morte a vida e da realidade. 
Hoje a música cabo-verdiana tem um destaque muito importante quer a nível nacional, pois hoje não se canta somente os gêneros de músicas tradicionais, mas também trazem na bagagem vários estilos de músicas como o zuck, o regato  o rap e o hip-hop. 
Apesar de em cabo verde dotar novos estilos de músicas, existe jovens talentos como a Mayra Andrade que apesar de muito jovem já é conhecida em vários países ela já cantou e encantou em vários concursos internacionais, fazendo com que a música cabo-verdiana seja conhecida por toda parte do mundo. 
Para os cabo-verdianos é bom que a sua cultura mesmo que seja representada na música seja conhecida pelo mundo afora. 
Não só a Mayra como também, a Diva dos pés descalços que é uma das mais importantes artista cabo-verdiana a nível internacional, ela já levou a cultura dos cabo-verdianos para a África, Europa, Ásia e América. 
A música cabo-verdiana vive-se na melodia, os estrangeiros mesmo sem compreender a letra são amantes da melodia e dos batimentos. 
A Morna, coladeira, funaná, batuque e o finaçon são os gêneros musicais tradicionais mais difundidos do riquíssimo patrimônio musical de Cabo Verde.

Grandes compositores da morna                                                                            

• Eugênio Tavares (Brava); 
• António Silva Ramos ou "Antône Txitxe" (S. Vicente); 
• Luís Rendall (S. Vicente); 
• Fanisco Xavier da Cruz - "B. Léza" (S. Vicente); 
• Olavo Bilac Vasconcelos Gomes (S. Vicente); 
• Sérgio Frusoni (S. Viecente); 
• Joaquim do Carmo Silva (S. Vicente); 
• Pedro Alcântara Ramos - "Txuff" (S. Vicente); 
• Armando Faria (S. Viecnte); 
• Jorge Monteiro - "Jotamont" (Mar do Golfo, EUA); 
• Simão Gomes Ramos - "Mané Rajuezo/ Florinda" (Boa Vista); 
• Armando António Lima - "Lela di Maninha" (S. Vicente); 
• Epifânia Silva Ramos - "Tututa" (S. Vicente); 
• António Joaquim Lima - "Djidjungo" (Boa Vista); 
• Francisco Vicente Gomes - "Frank Kavakin" (Santo Antão); 
• Abílio Monteiro Duarte (Santiago); 
• Gregório Xavier Pinto - "Djirga" (Santiago); 
• Amândio Cabral (S. Nicolau); 
• Manuel de Jesus Lopes - "Manel D'Novas" (Santo Antão), entre vários outros da nova geração.






A Coladeira
Tão vivo e excitante o seu ritmo que a nossa participação é toda física - Manuel Ferreira, escritor português, em "Aventura Crioula" Não se sabe ao certo a partir de que momento, entre as décadas de 20 e 50 do século XX, a coladeira começa a existir. Não se sabe ao certo a partir de que momento, entre as décadas de 20 e 50 do século XX, a coladeira começa a existir. Contudo, há consenso entre músicos e investigadores quanto à maneira como ela surge: nos antigos bailes ao som de grupos de «pau e corda» (guitarras, cavaquinho, violino), a dado momento da noite a sonoridade melancólica da morna acaba por parecer monótona.
É então que alguém pede aos músicos que toquem no «contratempo».E logo a mudança de compasso, do quaternário para o binário, leva os pares a dançar com mais rapidez e vivacidade, reavivando a chama da festa e envolvendo a sala numa onda de animação pela noite fora. Por volta dos anos 40, usava-se a designação «morna-coladeira».
É a partir dos anos 50 que este novo género musical irá firmar-se, inicialmente na ilha de São Vicente, onde surgiram os seus principais compositores. Logo expande-se para todo o arquipélago e, na década de 60, assiste-se a um «verdadeiro surto» de coladeira.
Vibrante e sacudida, a coladeira terá não só no ritmo mas também nas letras características opostas às da morna, deixando de lado o romantismo e a melancolia para fixar-se na sátira social, com um certo atrevimento que muitas vezes chega ao «escárnio» característica presente, aliás, em outras formas musicais cabo-verdianas, como o finaçon (na ilha de Santiago) e o curcutiçã (ilha do Fogo).
Os ritmos latino-americanos em voga nos anos 50 e 60, como a cumbia e o merengue, terão influenciado a coladeira, assim como o samba já que a música brasileira, nas suas diferentes modalidades, foi sempre uma presença constante em Cabo Verde.

Grandes Compositores da Coladeira

• António Silva Ramos ou "Antône Txitxe" (S. Vicente);
• Armando António Lima - "Lela di Maninha" (S. Vicente);
• Gregório Gonçalves - "Ti Goy" (S. Vicente);
• Francisco Vicente Gomes - "Frank Kavakin" (Santo Antão);
• Luís Ramos de Morais - "Luís de Musa" (S. Vicente);
• Amândio Cabral (S. Nicolau);
• Manuel de Jesus Lopes - "Manel D'Novas" (Santo Antão);
• Abílio Sereno Barbosa Évora - "Biloca" (Santiago);
• Agualberto Burgo Correia Tavares - "Tú Bêxu" (Santiago);
• Euclides Burgo Correia Tavares - "Djodja" (Santiago);
• Cesário Duarte (S. Nicolau);
• Gregório Xavier Pinto - "Djirga" (Santiago);
• Fulgêncio Circuncisão Lopes Tavares - "Anu Nobu" (Santiago);
• Francisco Nunes de Pina - "Frank Mimita" (Santiago);
• Manuel Silva - "Manel Klarineti" (Santiago);
• Pedro Delgado (Santiago), entre outros.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

 



 
 
 
 
 
 
 
O Cantor Bana estava há três anos “gravemente doente”, acamado, vítima de diabetes e outras maleitas. Naquele homem, então acamado e a precisar de cuidados diários, havia no entanto ainda o brilho interior do gigante (tinha quase dois metros de altura) que dera à morna difusão pelo mundo. Nascido na ilha de S. Vicente, freguesia de Nossa Senhora da Luz, no Mindelo, a 11 de Março de 1932, Adriano Gonçalves, que havia mais tarde de ganhar (como qualquer cabo-verdiano) o “nominho” Bana, começou desde cedo a querer cantar. A vizinhança ouvia-o e incitava-o, nas mornas e coladeiras, e ela ia ganhando jeito. No livro Kab Verd Band (ed. 2006), Carlos Filipe Gonçalves diz que Bana passou a frequentar a casa de B.Léza, mestre da morna, para aí “beber as melodias”. B.Léza “tinha um modo peculiar de cantar”, “não cantava muito bem” (era compositor, não cantor), mas ainda assim Bana foi moldando o seu estilo a partir dos ensinamentos do mestre. O que fez dele, mais tarde, um “cantor do gesto intensamente nocturno”, como escreveu Vasco Martins no seu antológico livro sobre a morna (ed. 1989) mas também o fez senhor de um estilo muito próprio, como se escreve em Kab Verd Band: “Arrasta as sílabas (dos versos) e altera ou liga determinadas figuras (tempo de duração de uma nota musical) da melodia. Deste modo injecta o sentimento e produz uma massa sonora moldada. ”Mas isso foi quando se conseguiu impor a cantar. Antes, como recordava neste sábado Alberto Rui Machado (co-fundador da Casa de Cabo Verde em Lisboa) ao semanário cabo-verdiano A Semana, “Bana era pobre, andava descalço e por isso, naquele tempo proibiam-no de cantar em sítios de melhor qualidade”. Isto no Mindelo. Até que um dia passou por lá, para actuar, a Tuna Académica de Coimbra, da qual faziam então parte Manuel Alegre e Fernando Assis Pacheco. Entusiasmados, quiseram trazer Bana para Portugal. E havia de vir, na inauguração da Casa da Cabo Verde em Lisboa, mas apenas dez anos depois, em 1969. Antes, Bana quis ir ao Senegal, onde tinha familiares e onde foi recebido de tal modo que a Pathé Marcony o convidou para gravar um disco. Partiu, então, daí para Paris (há um disco onde ele posa na capa à frente do Arco do Triunfo) e depois para a Holanda, em 1968. E gravou alguns dos discos-chave da sua carreira, como os emblemáticos Nha Terra (1966) ou Rotcha-Nú (1969). Enquanto isso, ia viajando para Lisboa, a espaços. A inauguração da Casa de Cabo Verde, em 1969, na companhia de Luís Morais e Armandinho (que desde 1966 com ele integravam o conjunto Voz de Cabo Verde) é o passo decisivo para se fixar em Portugal. Aqui passa a viver, a cantar, a participar em festivais e até, a convite do governo português (à data, uma ditadura), a deslocar-se em digressão aos Estados Unidos e às então colónias africanas de São Tomé, Angola e Guiné-Bissau.
Laços com os mais novos
Em 1975, já depois da revolução dos cravos, abre em Lisboa um restaurante chamado Novo Mundo, que mais tarde viria a dar lugar ao Monte Cara. Abre também uma loja de discos, chamada Cretcheu. Muitos dos músicos e cantores cabo-verdianos da diáspora (portuguesa mas também holandesa ou francesa) vão passando por lá e deixando laços. Bana “apadrinha” algumas vozes e talentos que então despontavam, como Celina Pereira, Paulino Vieira, Tito Paris, Leonel Almeida ou Titina, que se tornara conhecida e uma cantora de projecção pela influência de Adriano Moreira, que se apaixonou pelo seu canto e pela força e intensidade da morna. Pela sua intensa vida musical, Bana foi condecorado pelo então Presidente Mário Soares (Ordem de Mérito Oficial) e pelos Presidentes de Cabo Verde Mascarenhas Monteiro e Jorge Carlos Fonseca.
Por várias vezes, enquanto lhe iam embranquecendo os cabelos, fez menção de se retirar dos palcos. Anunciou vários espectáculos como sendo “o último”, mas voltou sempre, enquanto a voz lhe permitiu. Em Janeiro de 1992 a Aula Magna encheu-se em sua homenagem, com uma plêiade notável de cantores. E no final dos anos 90, esteve em concerto no Coliseu de Lisboa, espectáculo lançado de seguido em CD duplo. Em 2007 ainda gravou um outro trabalho,Bana e Amigos, lançado em CD e DVD. Até que, no primeiro trimestre de 2008, sofreu um acidente vascular cerebral. E a partir daí a sua vida já não voltou ao que era. Recentemente, relatava o jornal A Semana online, vivia num lar em Camarate, sob responsabilidade da Segurança Social Portuguesa e da Embaixada de Cabo Verde. Submetido a hemodiálise há alguns anos, sentiu-se mal durante o último tratamento e foi internado no Hospital de Loures, nos arredores de Lisboa, onde viria a morrer neste sábado, às 2h, de paragem cardíaca.
O velório, informou a família, realiza-se neste domingo a partir das 13h na Igreja da Sagrada Família em Benfica, onde à mesma hora haverá na segunda-feira uma missa de corpo presente. O funeral sairá na segunda-feira, às 14h15, para o Cemitério do Alto de São João, onde, segundo nota da embaixada de Cabo verde, “o corpo será cremado, segundo o desejo manifestado sua em vida”.
Fica a música, testemunho maior do “rei da morna”.
 






segunda-feira, 8 de julho de 2013





Luís Guita
A compositora-intérprete são-tomense Cremilda lançou recentemente em Portugal o seu primeiro álbum a solo. Chama-se "Cicatrizes" e é a "concretização de um sonho."
Bonga, Gapa, Dany Aguiar, Leonildo Barros, Tino Mc e o produtor Sousa são os "amigos" que se juntaram a Cremilda para fazer "Cicatrizes"; um disco onde as palavras são em português, crioulo de São Tomé e crioulo de Cabo Verde.
Loony Johnson
 
 
 
Filho de pais CaboVerdeanos, nasceu em Portugal/Lisboa a 24 de Novembro de 1981.
António Miranda, de seu nome artistico – LOONY JOHNSON.
Desde muito cedo mostrou o seu talento no mundo artistico, com apenas 6 anos interessou-se por desenhos e pensou seguir uma carreira nessa área. Contudo tinha outra paixão, a música.  Gostáva de ouvir de cantar e de dançar ao som das musicas de Michael Jackson, Mc Hamer, Kris Kros.
Alguns anos mais tarde conhece um grupo de rapazes que o dão a conhecer o Hip Hop, foi com eles que aprendeu a cantar Rap Hardcore e formaram o grupo “Piratas do Ghetto” actuando em shows de escolas e de bairros.
Loony sempre apreciou o trabalho de Grace Évora, Beto Dias, Johnny Ramos, Tó Semedo, Quatro + , Gil etc…
Em 96/97 começou a sua carreira como DJ participando em festas de escolas, batizados, festas de fim de ano etc… e em 1998/99 conhece o DJ Callas na discoteca Models que o convida a participar na discoteca N’GUENDA onde acabou por permanecer durante 5 anos. Foi apartir daí que todos o ficaram a conhecer por DJ Loony.
Foi também no N’guenda que conheceu um dos músicos que sempre admirou, o caboverdeano Tó Semedo que o ajudou a concretizar um dos seus antigos objectivos, cantar.
O convite surgiu para participar no Album “Confusão” do cantor Helder Rei do Kuduro, com o tema “+1Bês “.
Ainda como DJ passou por várias discotecas como Casa Blanca e ao unir-se á organização da Tri_Chu | Sing | Callas Productions passou por Bugix, 7 Mares, Spyce, Alcantra, Budha, Queens, Sports Bar e Afro Lux. Esta última gerida por Tó Semedo, onde viria a fazer mais 2 musicas ” BO IMAGEM” & “NU TEM KI FALA” em dueto com a cantora dos Mescla Zizy.
Em 2003, Loony é convidado a trabalhar na discoteca LUANDA, onde permanece até hoje. Foi aqui que conheceu os cantores que sempre gostou de ouvir, como Jean Michel Rotin, Nichol’s, Ali Angel, Suzanna Lubrano, Philipe Monteiro, Johnny Ramos, Quatro Plus e Kaysha.
Kaysha, depois de ouvir uma das musicas de Loony Johnson, convidou-o a ir a Paris gravar e juntos gravam “ANGEL”. Feliz com o resultado, Kaysha volta a convidá-lo desta feita para fazer parte da Sushiraw Enterteinments.
Loony Johnson, reserva-nos ainda muitas surpresas como o projecto TLDreamZ, produzido por Dj Loony pela Loonatic Records e Tó Semedo e uma participação com o tema “OLHAR” no projecto do Just Jay, Nelson & Toet Star para Miss Jane Records.
Para Loony isto é só o começo, porque quem o conhece sabe que ele não pode estar parado. E para todos os amantes da música Africana deixa uma mensagem:
" Nunca deixem de amar a vossa música porque essa música é a nossa cultura.
Paz & Amor."




terça-feira, 25 de junho de 2013








Por mais pesquisas que fizéssemos, constatámos que não há uma data concreta acerca da introdução destas manifestações culturais na ilha, mas sabe-se que as mesmas têm origem europeia mais concretamente, Viana do Castelo em Portugal. Segundo o senhor Evaristo Cassandra deduz-se que foram introduzidas por volta do séc. XIX, na região autónoma do Príncipe pelos colonos que cá estiveram, tendo sido adotadas posteriormente pelos naturais da ilha como forma de divertimento e distração e, mais tarde, como forma de crítica e descontentamento face às pressões exercidas pelos colonos portugueses. “O Auto da Floripes” integra-se na festa realizada, todos os anos, na região autónoma do Príncipe denominada “São Lourenço”. Para os naturais é uma festa de muita importância, uma vez que celebra a comemoração do descobrimento da ilha a 17 de Janeiro. Sendo uma lenda, o Auto de Floripes conta a história de mouros e cristãos No dia da festa, logo ao amanhecer a população local é despertada pelo rufares dos tambores e apito das cornetas. Porém, antes de darem inicio às atividades dirigem-se ao cemitério da cidade e à praia Rei com o intuito de prestar homenagem aos antigos membros da comunidade, falecidos ao longo dos anos. O ato desenrola-se nas principais ruas da capital de santo António. A princípio observamos dois embaixadores cada um com a sua bandeira que ao som do apito e do tambor vão percorrendo as artérias da cidade. A seguir, após estarem reunidos vão à procura do chamado Galalão, a quem se faz a entrega da bandeira e este por seu turno vai ao encontro dos outros de nome: Autor, Duque Regner, Ricarte, Urgel de Danoa, Duque Nemé, Oliveiros, Alerinos, e GUI de Borgonha após o encontro com Galanão, este entrega a bandeira a Roldão que de seguida vai à busca do imperador de nome Carlos Magno. Após estarem juntos efectuam marchas em direcção ao «Castelo» pequena casa em forma de madeira coberta por panos e que se situa mesmo em frente à igreja local. Os embaixadores tal como os cristãos, todos de vermelho, dirigem-se em busca do rei turco. Outros se juntam, desta vez a Orangel que marcham em busca de outros companheiros. Murada busca, Floripes, Burlante, Sortibão de coimbres e por fim o Almirante Balão que juntos com o seu «exército «atravessam a fortaleza de Carlos Magno rumo ao castelo. Outro momento de grande entusiasmo, é quando vão buscar os bobos à ribeira Forca, situada no litoral da cidade (local onde se diz terem enforcado os piratas que tentavam invadir a ilha em tempos passados), actualmente procede-se a esta acto a partir do parque velho. Os bobos efectuam brincadeiras e afastam as pessoas do espaço da representação para que esta decorra de acordo com o previsto. "Vindes Menino" é uma festa realizada na região autónoma do Príncipe ao anoitecer, na passagem do dia 31 de Dezembro para 1 de Janeiro, enquadrando-se na quadra festiva do Natal, portanto essa festa está relacionada com aniversário de Jesus Cristo sendo o “menino” filho de Deus, o “menino Jesus” o nosso salvador, essa festa decorre com o intuito de prestar uma homenagem ao mesmo. No dia da festa os mordomos e a população local correm as ruas da cidade de porta em porta cantando e dançando, desejando Boas Festas. O destino é a concentração no quintal de uma das festeiras escolhido anualmente para a comemoração. A parte mais importante é quando ao som da música a população procede a uma retrospectiva do que aconteceu durante esse ano. Segundo o senhor Evaristo Cassandra esta festa para além de divertir a população tem como principal objectivo moralizar as pessoas, ajudá-las a reflectir nos actos ruins que cometeram. Disse-nos, ainda, que este é um hábito herdado do tempo colonial. Esta é uma actividade/cerimónia com tendência a desaparecer, mas que segundo este entrevistado faz muita falta, pois servia como forma de educar moralmente a população. A «Deixa» é uma dança da região autónoma do Príncipe, que tem vindo a desaparecer. Actualmente, apenas os adultos a praticam. Esta actividade é realizada nas comemorações da festa da Nossa Senhora da Graça nesta mesma região. Porém os participantes em primeiro lugar participam na Missa e no fim da mesma juntam-se em fileira e vão marchando pela cidade dançando e cantando até à casa de uma das festeiras eleita pela comissão de festas. Em casa desta, podemos apreciar uma grande variedade de doces, bem como muita alegria e dança. Homens e mulheres organizam-se em grupos que dançam em torno do recinto. As roupas tradicionais são indispensáveis. Os Senhores de camisa com calças pretas e as senhoras de blusa branca e saias de cor preta até aos pés.








A banda Irmãos Verdades é constituída por Alex, Gaby, Nando, Luís e o novo membro Jorge Nai Verdades
No início da sua carreira, os três elementos trabalharam como bailarinos noutras bandas. Passados alguns anos houve uma separação no grupo e seguiram carreira musical como banda de acompanhamento de Raúl Indipwo (ex-Duo Ouro Negro). Os Irmãos Verdades foram criados em Vialonga, local de residência de dois dos membros. Depois gravaram o seu primeiro trabalho que obteve um grande sucesso em Portugal, Angola, Cabo Verde e Moçambique.
Até aos dias de hoje já produziram mais de seis álbuns e algumas compilações. Atuaram com sucesso em França, Luxemburgo, Países Baixos, Reino Unido, Portugal e nos PALOP.
Receberam vários Discos de Ouro e Discos de Platina.














Mickael Mendes nasceu em França, Nice.
Filho de um grande artista de Cabo Verde: Boy Ge Mendes.
Mika, entrou no mundo da música em 2001 com uma estreia em uma compilação: "aliança".
Em 2002/2004 surge a participação em diversos álbuns e compilações como "Philips Monteiro and Friends" e outros artistas cabo-verdianos.
Sai então em 2004/2005 o registro de cd "Paulo & Mika " na Holanda (Roterdão), com a colaboração do seu pai Boy Ge Mendes e outros músicos como Johnny Fonseca, Danilo Tavares, Djavan Mendes e o seu irmão, que compôs várias faixas deste álbum, um dos quais "Linda bo e".
Em dezembro de 2005 lançou o álbum "Paulo & Mika",que é extraído dos tubos "Linda bo é" e "Dam bo amor" que é o autor Mika Mendes e intérprete.
O sucesso do álbum resultou em turnês internacionais.
Em 2006 Mika Mendes é contactado por Nichols para participar no albúm de Márcia na música "N kre", e também para um dueto com Jamice em,(Nha Princesa).
Em 2007, Mika Mendes é o artista revelação em Portugal pelo seu talento e ainda recebe um prêmio.
Em 2008 Mika no rótulo do Sushiraw Kaysha, é uma estrela brilhante no céu, o seu álbum foi lançado em Julho de 2008.
Mika colaborou com outros artistas, como a revelação feminina Neuza em Portugal no o título (Cinderella), outro feito com Paulo Tavares "Sensualmente" escrito por Mika.
De 2008 a 2010 outra turnê internacional, concertos, festivais, mostras (Europa Estados Unidos da África).





quarta-feira, 19 de junho de 2013












O cantor são-tomense radicado em Portugal, apresentou para o Téla Nón, o seu novo álbum de 10 faixas, que entra no mercado em Setembro próximo.
“Fruto da Terra”, é o nome do novo álbum de Gapa. Tem 10 faixas musicais. «Todas cantadas em língua nacional, por isso a razão de ter o nome de “Fruto da Terra”», declarou Gapa.
Segundo o cantor, “Fruto da Terra”, está apetrechado com o estilo que o povo são-tomense gosta.

















Ybaguay cantor são-tomense radicado no estrangeiro, que assume haver escassez de artistas, devido á falta de suporte a juventude.
Em análise ao estado atual da música são-tomense, o cantor Ybaguay que tem pouco mais de 5 anos na esteira musical.














O cantor de 30 anos é mais um dos representantes da música nacional radicado no estrangeiro. Assume que os dois álbuns que tem no mercado lhe proporcionaram respeito e espaço no panorama musical das ilhas, por outro lado, pede apoio de outros atores nacionais no sentido de elevar ainda mais o universo musical do país.
A música, desde sempre faz parte da sua vida.
Mas, foi em 2006 que apareceu para o mundo com o seu primeiro trabalho a solo, denominado “On the Rocks”. Com nove faixas, duas bem cedo destacaram-se no seio do público são-tomense, a música “Africana” e a música “Make You Happy”.





 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cantor, compositor e guitarrista de voz quente e melodiosa, as suas composições têm como base a música tradicional de S. Tomé e Príncipe, com influências do jazz, reggae e blues.
Hoje tem em mãos o projeto Afro-Vungo que tem como objetivo a divulgação da música de tradicional de S. Tomé e Príncipe com influência do reage, blues e jazz. No seu repertório, para além de apresentar os seus temas originais, Tonecas interpreta também, grandes clássicos do acervo cultural são-tomense onde os vários estilos da ...
música tradicional: a dexa, a ússua, a rumba e o socopé, renascem com numa outra abordagem da música contemporânea.
O ritmo frenético da sua guitarra e a força da sua voz conferem ao seu espetáculo, uma empatia contagiante com o público e uma sonoridade convidativa para a dança.
Dos seus trabalhos de originais, destaca-se o tema Fia Ibiba, (estilo dexa) que define o seu perfil musical e o projeto que tem desenvolvido de promoção e divulgação da música são-tomense.
 
 





quinta-feira, 6 de junho de 2013










Yannick Manuel Ngonmbo, comecou a sua carreira em 1989, em Paris cantando Freestyle. Voltou para a banda em 1995, onde se juntou a Mumu e Kitess dando origem ao grupo Afroman. Apos Mumu ter falecido e Kitess emigrado, Yannick e agora o unico membro integrante do grupo.
Em 1999 com o primeiro Track promocional não comercializado "Ta Calor" o grupo muito rapido conquistou um espaco entre o publico, pela primeira vez fora da comunidade


Hip Hop.
Dai as portas se terem aberto para Afroman se tornar no que e hoje o cantar mais popular em Angola, batendo recordes: a 21 de Dezembro de 2008 de CD mais comercializado ate a data em Angola com 15.000.00 copias vendidas e consequentemente com concerto com mais assistencia ate a data em Angola com mais de 22.000.00 pps em 7 de Fevereiro no Estadio dos Coqueiros. "Mentalidade" o álbum que qualquer angolano se identifica logo a primeira, retrata situações do dia-dia em Angola, apela também pela liberdade de expressao e serve como ferramenta de intervenção social abordando a mentalidade da sociedade que precisa de uma mudança, para a reconstrução de uma Angola melhor.









Kassav' (palavra em crioulo haitiano que significa mandioca) é uma banda de zouk de Martinica e de Guadalupe formada em 1979. Os membros originais da banda eram Jocelyne Beroard, Jacob Desvarieux, Jean-Philippe Marthely, Patrick St. Eloi, Jean-Claude Naimro, e Georges Decimus (que atualmente não mais faz parte do grupo) junto com alguns outros componentes, que permaneceam pouco tempo no grupo. O total de álbuns (em forma de LP e/ou CD) lançados pela banda é aproximadamente de 30.
O Kassav' foi criado em 1979 por Pierre-Edouard Décimus, músico profissional que, junto com Freddy Marshall, decidiu transformar a música de carnaval de Martinica e Guadalupe em um estilo mais moderno. A banda foi a primeira a despontar como pioneira do zouk. Seu som se tornou "pan-caribenho", englobando elementos do reggae e da salsa. Seu primeiro álbum, Love and Ka Dance (1980), estabeleceu aquilo que seria conhecido como o zouk. O grupo se tornou cada vez mais popular, atingindo seu auge em 1985 com o álbum Yélélé, onde se destacava o sucesso "Zouk la sé sèl médickaman nou ni". Com esta música, o grupo espalhou sua música pela América Latina e também pela Europa e até mesmo em países da Ásia, popularizando também a dança zouk.















Eddú, natural Cabo Verde, ilha de Santiago. Emigrou para Espanha em final de 1999 e desde então vive entre Portugal e Espanha.
A sua vocação para o mundo da musica levou-lhe a atuar como DJ em algumas discotecas em Cabo Verde e em Espanha. Mas é em 2002 que vai estreitar-se realmente no mundo da musica, escrevendo dois temas para o álbum "Fã de Johnny Lima".

Após vários incentivos juntamente com o colega Johnny Lima produziu e editou o Projecto "Explosão Love" onde o mesmo interpretou três faixas intituladas " This is my Dilema" produção Dabs e participação de Grace Évora, "Nho Djon" e "Mulata" produzido por Gilyto.
Com este trabalho e depois de ter pisado vários palcos Eddú foi eleito a Revelação do Projecto " Explosão Love".
Após o sucesso de 2002 em 2005-2006 volta a escrever dois temas interpretados pela cantora Maísa no álbum "Sabi di Beija" e "Joias de Africa" Vol. II
Em 2006-2007, Eddú como ouvinte e grande amante de vários estilos musicais, convida alguns dos seus amigos artistas e de quem ele é também fã para participar no seu primeiro trabalho a solo " Prendem na bó".

Neste álbum vamos poder encontrar vários estilos musicais desde; Cabo Love, Funana, Kisombas, Zouk R&B Guerro Zouk, este trabalho foi produzido pela - T.L. Dreams, Miss Jane, Ali Angel, Gilyto, Mikael Mendes e Thierry Doumerque e conta com a participação de Tó Semedo, Mikael Mendes,L. Johnnson, Nelson Freitas, Johnny Ramos, David Cruz, Gama, Gilyto e Eaddy Parker participar no seu primeiro trabalho a solo " Prendem na bó". 
Depois de ter percorrido vários países, pisado vários palcos a promover e a dar a conhecer "Prendem na bô", esse álbum repleto de melodias e misturas que se transformou nem grande sucesso e que marcou definitivamente o ano de 2007 e a nova geração, Eddu alcança o Disco de Ouro.














Nelson Freitas nasceu e viveu na Holanda, estava sempre atualizado sobre o mundo da música zouk.
Apenas um adolescente, Freitas aprendeu a entreter através da arte do hip-hop e ao longo dos anos, a flexibilidade de seu talento permitiu-lhe a fluir com a mudança de vibrações da indústria da música. Depois de uma pausa como dançarino, forma uma grupo sendo o liber, Quatro Plus, tornando assim um produtor, um escritor, um cantor, engenheiro e agora ele é o dono da GhettoZouk Music, um selo criado por Nelson Freitas com artistas como Chelsy Shantel & William Araujo.
Em 1997, o CD de compilação de "Mobass Presents" foi lançado com a faixa "Hoje em Dia" (agora um dia), que lançou oficialmente Quatro Plus (formalmente conhecida como Quatro) no mercado. Como um dos vocalistas do grupo Quatro Plus passou a lançar três álbuns de sucesso "4-Voz" (Quatro Vozes), em 1998, "Bem Conche" (Get to Know Us) em 2002 e "Ultima Viagem" (Last Voyage) em 2005.
Em quase uma década, Freitas ganhou o que é seu por direito como ele é dos produtores mais admirado e respeitado pelos cantores e escritores da cabo-verde, bem como a indústria da música zouk. Com uma mistura de crioulo cabo-verdiano e letras Inglês, um toque de R & B e hip-hop incorporado com zouk e tradicional de Cabo Verde al music. Com estes ingredientes Nelson fez o seu álbum solo, chamado "Magic" Em outubro de 2006. A álbum vendeu mais de 25,000 cópias em todo o mundo.
Com a entrada de novo ano e ainda mais a experiência do segundo álbum "My Life" é um fato. O álbum promete trazer mais uma dose de criatividade e talento como o álbum completa 12 destina-se a viver-se a seu álbum anterior, "magia" ou até mesmo ultrapassá-lo. com a participação de artistas como William Araujo, Mc Knowledje, Laisa Sanches & Anselmo Ralph.














Kaysha- é um cantor e produtor musical da República do Congo. Trabalhou como músico nas Antilhas, Europa, África, entre outros lugares. Nasceu no Congo, tendo imigrado para França com os pais aos 7 anos. Se tornou conhecido com o seu primeiro single "Bounce Baby".
Foi nomeado no prêmio MTV Europe Video Awards e venceu por 3 vezes o African Kora Awards. Apareceu na CNN em 2000 e tambem em 2005 no programa Inside Africa. Como produtor, trabalhou com vários artistas, como Passi, Solaar, Jacob Desvarieux, Sooumia, Ludo, entre outros.





quinta-feira, 30 de maio de 2013

 












António Gonçalves Semedo, de nome artístico Tó Semedo, tinha apenas oito anos de idade quando recebeu a sua primeira guitarra e foi com a ajuda de uma irmã dominicana que aprendeu os primeiros acordes. Começou a tocar na igreja local acompanhando as missas e o seu empenho e talento levaram-no a ser convidado para fazer parte de uma banda africana “Sabura”.

Foi nessa banda que surgiu o sonho de gravar um álbum a solo. Em 1997 lançava “Disculpan”, que lhe valeu disco de prata. A partir daqui a sua carreira tomou um novo rumo e foi convidado a participar em vários espetáculos e projetos musicais.

Em 2000 surge “Jura” seu segundo trabalho, que foi disco de ouro e em 2004 “Por amor”, mais outro grande sucesso.
Entre vários espetáculos e projetos, em 2008 surge “Nhá 1º passo” álbum onde imprimiu a produção e edição do seu próprio trabalho.

Atualmente tem vindo a participar em vários projetos e trabalhos musicais incluindo um “Best Off” que lhe valeu uma nomeação para os CVMA 2013.
















Nascido a 5 de Fevereiro de 1980 na Ilha de São Vicente, Denis Graça descobriu o seu talento musical logo aos seis anos quando começou a cantar por diversão.
Aos onze anos, emigrou com a sua mãe para a Holanda onde formou um grupo R&B com dois colegas. Mais tarde, quando o seu talento já não passava despercebido, foi convidado para entrar para o grupo Splash. Após três anos de sucesso, Denis Graça lança-se a solo com o álbum Sonhos, produzido pela Upscale Records. Mais tarde, em 2008, lança o seu segundo disco (e último ate agora) chamado 'DG'. Nele podemos ouvir temas como 'my baby' e 'volta'.

Denis Graça participou também em inúmeros musicais, tais como Luso dance, Vénus e Cap. Sol.


terça-feira, 28 de maio de 2013











O arco musical é um instrumento musical formado por uma corda esticada entre as extremidades de um arco
normalmente de madeira.
O arco tradicional se usa como instrumento musical e como arma. Não se sabe se este foi seu primeiro uso. As pinturas rupestres no sul da França, datadas por volta de 15000 adC, mostram um ritual onde um arco já foi utilizado como instrumento musical.

quinta-feira, 23 de maio de 2013










Kuduro é um género musical e sobretudo um género de dança surgida em Angola. É influenciado por outros géneros como Sungura, Kizomba, Semba, Ragga, Afro House e Rap.
Recentemente, o Kuduro tornou-se um fenómeno musical em todos os países de língua portuguesa, assim como em outras partes do mundo , principalmente após o lançamento dos hits Vem Dançar Kuduro e Danza Kuduro, dos cantores Lucenzo e Don Omar.

Origem
O kuduro surge em finais dos anos 80, primeiro como uma dança e com o passar do tempo evoluindo para um género musical, estilo house africano em que se mistura elementos electrónicos com o folclore tradicional, feito pelo povo mais pobre de Luanda e com os meios precários que dispunham. A musica é peculiar no uso de breaks e funk muito utilizados nos anos 80 para criar melodias, mas utilizando loops e letras explícitas, que acabam por ser um reflexo de boa parte da população.
















Semba é um dos estilos musicais angolanos mais populares. A palavra semba significa umbigada em quimbundo (língua de Angola). Foi também chamado batuque, dança de roda, lundu, chula, maxixe, batucada e partido alto, entre outros, muitos deles convivendo simultaneamente.
O cantor Carlos Burity defende que a estrutura mais antiga do semba situa-se na massemba (umbigada), uma dança angolana do interior caracterizada por movimentos que implicam o encontro do corpo do homem com o da mulher: o cavalheiro segura a senhora pela cintura e puxa-a para si provocando um choque entre os dois (semba).
Jomo explica que o semba (género musical), actual é resultado de um processo complexo de fusão e transposição, sobretudo da guitarra, de segmentos rítmicos diversos, assentes fundamentalmente na percussão, o elemento base das culturas africanas.













Kizomba é um género musical e de dança originário de Angola, erradamente confundido com o Zouk, devido ao ritmo ser muito semelhante. Em Portugal a palavra "kizomba" é usada para qualquer tipo de música derivada do zouk, mesmo que não seja de origem angolana.




quarta-feira, 22 de maio de 2013




O batuque (batuku ou batuk em crioulo cabo-verdiano) é um género musical e de dança de Cabo Verde.
 
Como género musical

  Como género musical, o batuque caracteriza-se por ter um andamento moderato, um compasso de 6/8 ou 3/4, e tradicionalmente ser apenas melódico, isto é, ser apenas cantado, sem acompanhamento polifónico. Comparado com os outros géneros musicais de Cabo Verde, o batuque estrutura-se no canto-resposta, e é o único que apresenta uma polirritmia. De facto, analisando o ritmo, descobre-se que o mesmo é uma sobreposição de um ritmo de 3 tempos sobre um ritmo de 2 tempos. 
 
 

terça-feira, 21 de maio de 2013


   Tipos de danças  em Cabo   Verde e S.Tomé são :
 
 

A música e a dança em Cabo Verde


Os bailes em Cabo Verde tinham e têm uma função fundamental na organização de toda a comunidade: à volta de momentos de convívios e confartenização-"quando dançamos ficamos e felizes"- dizia um velho conhecido. Os bailes eram animados por grupos acústicos com violino, violão, cavaquinho, bandolim ou banjo, que mantinham uma relação estreita com o lançador que com os seus passos e momentos de improvisação influenciava e acompanhava o músico solista sua maneira de tocar e este, por sua vez, a ele. É de realçar que algumas danças caboverdianas acabaram por cair em desuso, perdurando somente o gênero musical correspondente, como é o caso do Landum. As danças de pares (Coladera, Morna, Funaná, Mazurca) " são danças em que o homem possui, como quase toda a cultura do mundo da dança, o cavalheiresco modo de dirigir os passos a seu gosto.
  • Morna: é o estilo mais lento da dança, traduzindo os sentimentos dos caboverdiano como, por exemplo, a tristeza, a nostalgia e os problemas existentes. Dança-se em dois estilos essenciais, que são estilos lentos, e estilos mais virtuosos, ou seja " talvez mais vivo e dinâmico" ao que se chama de " estrimbolca", à base de contratempos (talvez a origem da dança Coladera seria nesse andamento, estilo lento fazem as seguintes marcações: os passos são feitos em marcação quaternária (dois passos à frente, dois passos atrás).
  • Coladera: é um estilo mais vivo que a Morna, cadência quaternária, em que a relação do cavalheiro e da dama é relacionada ao arrastar de pés, com momentos de improvisação do cavalheiro que se afasta sob o olhar da dama .
  • Funaná: gênero de música e dança caboverdiana característico da Ilha de Santiago que, tradicionalmente, animava as festas dos camponeses. É a mais frenética e rápida das danças de pares de Cabo Verde, geralmente acompanhada de uma concertina, onde o ritmo é produzido pelo esfregar de uma faca numa barra de ferro.
  • Contradança e Mazurca: são danças de grupo importadas das cortes europeias que, geralmente, tinham na base estruturas coreografadas com mandadores, que acabaram por sofrer alterações ao chegarem ao terreiro. Na Mazurca de três tempos, alegre e sincopada, o papel dos pares está intimamente ligado à movimentação em grupo. São gêneros dançados, sobretudo nas ilhas Santo Antão, Boavista e São Nicolau.
  • Kola San Jon: jogo dos tambores e dos apitos no dias de São João, ligado ao ritual da fertilidade da terra no solstício de verão. Os pares batem-se cadencialmente entre si. Dança da Umbigada.
 

São-Tomé e Príncipe






 


 
  • Ússua: dança de salão, de grande elegância (uma espécie de mazurca africana), em que os pares são conduzidos por um mestre de cerimónias, ao ritmo lento do tambor, do pito daxi (flauta) e da corneta. Todos os dançarinos envergam trajes tradicionais: as mulheres de saia e quimono, xale ou pano de manta; os homens trazem chapéus de palhinha e usam no braço uma toalha bordada (que serve para limpar o suor do rosto).


  • Dexa: típica da ilha do Príncipe de raízes angolanas. Ao ritmo de um tambor e de uma corneta, diversos pares executam elegantes danças de roda. As letras são quase sempre humorísticas, ou mesmo de escárnio, e implicam uma réplica da parte do visado. A dexa é dançada durante horas inteiras, apenas com ligeiras modificações na sua toada musical.

 
Puita: é uma dança fortemente erótica, em que o tambor avança de forma frenética, obsessiva, sensual, pela noite dentro. Homens e mulheres formam filas indianas e, à mistura com alguns semi rodopios, fazem entrechocar os corpos de forma sexualmente explícita. Quando um parente deixa este mundo é da praxe executar-se, em dias de nozado, uma puita em sua homenagem. A falta de cumprimento a esse ritual pode ocasionar desventuras na família. Mas a puita é tocada em muitas outras ocasiões, sendo uma das formas de música mais populares em S. Tomé.

  • D´jambi: Parecido com a puita, mas encomendado com outros objetivos, o d'jambi é um ritual com poderes curativos, semelhante à macumba brasileira. Os curandeiros, ao dançarem, entram em transe, submetendo então o doente a práticas rituais onde são invocadas figuras sobrenaturais e estabelecidos contatos com espíritos de indivíduos falecidos. São também frequentes fenômenos de insensibilidade ao cansaço e à dor (dançada durante a noite inteira, caminhar sobre brasas, ferir o próprio corpo, etc.). As autoridades coloniais e religiosas tentaram sempre proibir os d'jambi devido às suas óbvias conotações com a feitiçaria e aos rituais animistas do continente africano.

  • Bligá (ou jogo do cacete): é um misto de dança e jogo lúdico, em que a destreza e o vigor físico do jogo do pau transmontano aliam-se a uma sofisticada corporalidade e gestualidade que fazem, por vezes, lembrar certas artes marciais orientais. O bligá (que significa brigar) foi certamente, uma das danças, que deu origem à capoeira. Esse estilo era usado pelos escravos, que o utilizavam como uma arte de autodefesa sem que as autoridades se apercebessem, os gestos são, a maior parte das vezes, mimados (transformando assim a ação em representação) em vez de serem executados explicitamente.