terça-feira, 25 de junho de 2013








Por mais pesquisas que fizéssemos, constatámos que não há uma data concreta acerca da introdução destas manifestações culturais na ilha, mas sabe-se que as mesmas têm origem europeia mais concretamente, Viana do Castelo em Portugal. Segundo o senhor Evaristo Cassandra deduz-se que foram introduzidas por volta do séc. XIX, na região autónoma do Príncipe pelos colonos que cá estiveram, tendo sido adotadas posteriormente pelos naturais da ilha como forma de divertimento e distração e, mais tarde, como forma de crítica e descontentamento face às pressões exercidas pelos colonos portugueses. “O Auto da Floripes” integra-se na festa realizada, todos os anos, na região autónoma do Príncipe denominada “São Lourenço”. Para os naturais é uma festa de muita importância, uma vez que celebra a comemoração do descobrimento da ilha a 17 de Janeiro. Sendo uma lenda, o Auto de Floripes conta a história de mouros e cristãos No dia da festa, logo ao amanhecer a população local é despertada pelo rufares dos tambores e apito das cornetas. Porém, antes de darem inicio às atividades dirigem-se ao cemitério da cidade e à praia Rei com o intuito de prestar homenagem aos antigos membros da comunidade, falecidos ao longo dos anos. O ato desenrola-se nas principais ruas da capital de santo António. A princípio observamos dois embaixadores cada um com a sua bandeira que ao som do apito e do tambor vão percorrendo as artérias da cidade. A seguir, após estarem reunidos vão à procura do chamado Galalão, a quem se faz a entrega da bandeira e este por seu turno vai ao encontro dos outros de nome: Autor, Duque Regner, Ricarte, Urgel de Danoa, Duque Nemé, Oliveiros, Alerinos, e GUI de Borgonha após o encontro com Galanão, este entrega a bandeira a Roldão que de seguida vai à busca do imperador de nome Carlos Magno. Após estarem juntos efectuam marchas em direcção ao «Castelo» pequena casa em forma de madeira coberta por panos e que se situa mesmo em frente à igreja local. Os embaixadores tal como os cristãos, todos de vermelho, dirigem-se em busca do rei turco. Outros se juntam, desta vez a Orangel que marcham em busca de outros companheiros. Murada busca, Floripes, Burlante, Sortibão de coimbres e por fim o Almirante Balão que juntos com o seu «exército «atravessam a fortaleza de Carlos Magno rumo ao castelo. Outro momento de grande entusiasmo, é quando vão buscar os bobos à ribeira Forca, situada no litoral da cidade (local onde se diz terem enforcado os piratas que tentavam invadir a ilha em tempos passados), actualmente procede-se a esta acto a partir do parque velho. Os bobos efectuam brincadeiras e afastam as pessoas do espaço da representação para que esta decorra de acordo com o previsto. "Vindes Menino" é uma festa realizada na região autónoma do Príncipe ao anoitecer, na passagem do dia 31 de Dezembro para 1 de Janeiro, enquadrando-se na quadra festiva do Natal, portanto essa festa está relacionada com aniversário de Jesus Cristo sendo o “menino” filho de Deus, o “menino Jesus” o nosso salvador, essa festa decorre com o intuito de prestar uma homenagem ao mesmo. No dia da festa os mordomos e a população local correm as ruas da cidade de porta em porta cantando e dançando, desejando Boas Festas. O destino é a concentração no quintal de uma das festeiras escolhido anualmente para a comemoração. A parte mais importante é quando ao som da música a população procede a uma retrospectiva do que aconteceu durante esse ano. Segundo o senhor Evaristo Cassandra esta festa para além de divertir a população tem como principal objectivo moralizar as pessoas, ajudá-las a reflectir nos actos ruins que cometeram. Disse-nos, ainda, que este é um hábito herdado do tempo colonial. Esta é uma actividade/cerimónia com tendência a desaparecer, mas que segundo este entrevistado faz muita falta, pois servia como forma de educar moralmente a população. A «Deixa» é uma dança da região autónoma do Príncipe, que tem vindo a desaparecer. Actualmente, apenas os adultos a praticam. Esta actividade é realizada nas comemorações da festa da Nossa Senhora da Graça nesta mesma região. Porém os participantes em primeiro lugar participam na Missa e no fim da mesma juntam-se em fileira e vão marchando pela cidade dançando e cantando até à casa de uma das festeiras eleita pela comissão de festas. Em casa desta, podemos apreciar uma grande variedade de doces, bem como muita alegria e dança. Homens e mulheres organizam-se em grupos que dançam em torno do recinto. As roupas tradicionais são indispensáveis. Os Senhores de camisa com calças pretas e as senhoras de blusa branca e saias de cor preta até aos pés.

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