segunda-feira, 15 de julho de 2013

 



 
 
 
 
 
 
 
O Cantor Bana estava há três anos “gravemente doente”, acamado, vítima de diabetes e outras maleitas. Naquele homem, então acamado e a precisar de cuidados diários, havia no entanto ainda o brilho interior do gigante (tinha quase dois metros de altura) que dera à morna difusão pelo mundo. Nascido na ilha de S. Vicente, freguesia de Nossa Senhora da Luz, no Mindelo, a 11 de Março de 1932, Adriano Gonçalves, que havia mais tarde de ganhar (como qualquer cabo-verdiano) o “nominho” Bana, começou desde cedo a querer cantar. A vizinhança ouvia-o e incitava-o, nas mornas e coladeiras, e ela ia ganhando jeito. No livro Kab Verd Band (ed. 2006), Carlos Filipe Gonçalves diz que Bana passou a frequentar a casa de B.Léza, mestre da morna, para aí “beber as melodias”. B.Léza “tinha um modo peculiar de cantar”, “não cantava muito bem” (era compositor, não cantor), mas ainda assim Bana foi moldando o seu estilo a partir dos ensinamentos do mestre. O que fez dele, mais tarde, um “cantor do gesto intensamente nocturno”, como escreveu Vasco Martins no seu antológico livro sobre a morna (ed. 1989) mas também o fez senhor de um estilo muito próprio, como se escreve em Kab Verd Band: “Arrasta as sílabas (dos versos) e altera ou liga determinadas figuras (tempo de duração de uma nota musical) da melodia. Deste modo injecta o sentimento e produz uma massa sonora moldada. ”Mas isso foi quando se conseguiu impor a cantar. Antes, como recordava neste sábado Alberto Rui Machado (co-fundador da Casa de Cabo Verde em Lisboa) ao semanário cabo-verdiano A Semana, “Bana era pobre, andava descalço e por isso, naquele tempo proibiam-no de cantar em sítios de melhor qualidade”. Isto no Mindelo. Até que um dia passou por lá, para actuar, a Tuna Académica de Coimbra, da qual faziam então parte Manuel Alegre e Fernando Assis Pacheco. Entusiasmados, quiseram trazer Bana para Portugal. E havia de vir, na inauguração da Casa da Cabo Verde em Lisboa, mas apenas dez anos depois, em 1969. Antes, Bana quis ir ao Senegal, onde tinha familiares e onde foi recebido de tal modo que a Pathé Marcony o convidou para gravar um disco. Partiu, então, daí para Paris (há um disco onde ele posa na capa à frente do Arco do Triunfo) e depois para a Holanda, em 1968. E gravou alguns dos discos-chave da sua carreira, como os emblemáticos Nha Terra (1966) ou Rotcha-Nú (1969). Enquanto isso, ia viajando para Lisboa, a espaços. A inauguração da Casa de Cabo Verde, em 1969, na companhia de Luís Morais e Armandinho (que desde 1966 com ele integravam o conjunto Voz de Cabo Verde) é o passo decisivo para se fixar em Portugal. Aqui passa a viver, a cantar, a participar em festivais e até, a convite do governo português (à data, uma ditadura), a deslocar-se em digressão aos Estados Unidos e às então colónias africanas de São Tomé, Angola e Guiné-Bissau.
Laços com os mais novos
Em 1975, já depois da revolução dos cravos, abre em Lisboa um restaurante chamado Novo Mundo, que mais tarde viria a dar lugar ao Monte Cara. Abre também uma loja de discos, chamada Cretcheu. Muitos dos músicos e cantores cabo-verdianos da diáspora (portuguesa mas também holandesa ou francesa) vão passando por lá e deixando laços. Bana “apadrinha” algumas vozes e talentos que então despontavam, como Celina Pereira, Paulino Vieira, Tito Paris, Leonel Almeida ou Titina, que se tornara conhecida e uma cantora de projecção pela influência de Adriano Moreira, que se apaixonou pelo seu canto e pela força e intensidade da morna. Pela sua intensa vida musical, Bana foi condecorado pelo então Presidente Mário Soares (Ordem de Mérito Oficial) e pelos Presidentes de Cabo Verde Mascarenhas Monteiro e Jorge Carlos Fonseca.
Por várias vezes, enquanto lhe iam embranquecendo os cabelos, fez menção de se retirar dos palcos. Anunciou vários espectáculos como sendo “o último”, mas voltou sempre, enquanto a voz lhe permitiu. Em Janeiro de 1992 a Aula Magna encheu-se em sua homenagem, com uma plêiade notável de cantores. E no final dos anos 90, esteve em concerto no Coliseu de Lisboa, espectáculo lançado de seguido em CD duplo. Em 2007 ainda gravou um outro trabalho,Bana e Amigos, lançado em CD e DVD. Até que, no primeiro trimestre de 2008, sofreu um acidente vascular cerebral. E a partir daí a sua vida já não voltou ao que era. Recentemente, relatava o jornal A Semana online, vivia num lar em Camarate, sob responsabilidade da Segurança Social Portuguesa e da Embaixada de Cabo Verde. Submetido a hemodiálise há alguns anos, sentiu-se mal durante o último tratamento e foi internado no Hospital de Loures, nos arredores de Lisboa, onde viria a morrer neste sábado, às 2h, de paragem cardíaca.
O velório, informou a família, realiza-se neste domingo a partir das 13h na Igreja da Sagrada Família em Benfica, onde à mesma hora haverá na segunda-feira uma missa de corpo presente. O funeral sairá na segunda-feira, às 14h15, para o Cemitério do Alto de São João, onde, segundo nota da embaixada de Cabo verde, “o corpo será cremado, segundo o desejo manifestado sua em vida”.
Fica a música, testemunho maior do “rei da morna”.
 






segunda-feira, 8 de julho de 2013





Luís Guita
A compositora-intérprete são-tomense Cremilda lançou recentemente em Portugal o seu primeiro álbum a solo. Chama-se "Cicatrizes" e é a "concretização de um sonho."
Bonga, Gapa, Dany Aguiar, Leonildo Barros, Tino Mc e o produtor Sousa são os "amigos" que se juntaram a Cremilda para fazer "Cicatrizes"; um disco onde as palavras são em português, crioulo de São Tomé e crioulo de Cabo Verde.
Loony Johnson
 
 
 
Filho de pais CaboVerdeanos, nasceu em Portugal/Lisboa a 24 de Novembro de 1981.
António Miranda, de seu nome artistico – LOONY JOHNSON.
Desde muito cedo mostrou o seu talento no mundo artistico, com apenas 6 anos interessou-se por desenhos e pensou seguir uma carreira nessa área. Contudo tinha outra paixão, a música.  Gostáva de ouvir de cantar e de dançar ao som das musicas de Michael Jackson, Mc Hamer, Kris Kros.
Alguns anos mais tarde conhece um grupo de rapazes que o dão a conhecer o Hip Hop, foi com eles que aprendeu a cantar Rap Hardcore e formaram o grupo “Piratas do Ghetto” actuando em shows de escolas e de bairros.
Loony sempre apreciou o trabalho de Grace Évora, Beto Dias, Johnny Ramos, Tó Semedo, Quatro + , Gil etc…
Em 96/97 começou a sua carreira como DJ participando em festas de escolas, batizados, festas de fim de ano etc… e em 1998/99 conhece o DJ Callas na discoteca Models que o convida a participar na discoteca N’GUENDA onde acabou por permanecer durante 5 anos. Foi apartir daí que todos o ficaram a conhecer por DJ Loony.
Foi também no N’guenda que conheceu um dos músicos que sempre admirou, o caboverdeano Tó Semedo que o ajudou a concretizar um dos seus antigos objectivos, cantar.
O convite surgiu para participar no Album “Confusão” do cantor Helder Rei do Kuduro, com o tema “+1Bês “.
Ainda como DJ passou por várias discotecas como Casa Blanca e ao unir-se á organização da Tri_Chu | Sing | Callas Productions passou por Bugix, 7 Mares, Spyce, Alcantra, Budha, Queens, Sports Bar e Afro Lux. Esta última gerida por Tó Semedo, onde viria a fazer mais 2 musicas ” BO IMAGEM” & “NU TEM KI FALA” em dueto com a cantora dos Mescla Zizy.
Em 2003, Loony é convidado a trabalhar na discoteca LUANDA, onde permanece até hoje. Foi aqui que conheceu os cantores que sempre gostou de ouvir, como Jean Michel Rotin, Nichol’s, Ali Angel, Suzanna Lubrano, Philipe Monteiro, Johnny Ramos, Quatro Plus e Kaysha.
Kaysha, depois de ouvir uma das musicas de Loony Johnson, convidou-o a ir a Paris gravar e juntos gravam “ANGEL”. Feliz com o resultado, Kaysha volta a convidá-lo desta feita para fazer parte da Sushiraw Enterteinments.
Loony Johnson, reserva-nos ainda muitas surpresas como o projecto TLDreamZ, produzido por Dj Loony pela Loonatic Records e Tó Semedo e uma participação com o tema “OLHAR” no projecto do Just Jay, Nelson & Toet Star para Miss Jane Records.
Para Loony isto é só o começo, porque quem o conhece sabe que ele não pode estar parado. E para todos os amantes da música Africana deixa uma mensagem:
" Nunca deixem de amar a vossa música porque essa música é a nossa cultura.
Paz & Amor."